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Arquitetos: Enrique Mora
- Área: 830 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:JAG Studio, Enrique Mora, ONG Fuegos, Daniel Portilla
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ecossistema Iche.
Iche nasceu após o terremoto de abril de 2016, como um espaço cujo objetivo principal é fazer da comida uma ferramenta poderosa para transformar a sociedade. Com o comida Manabí em seu núcleo, Iche é um Ecossistema composto por unidades de treinamento, P&D e incubação que valorizam as tradições e integram a inovação nos diferentes processos. Como parte do desenvolvimento territorial, a Iche, em conjunto com outras instituições, forma a rota do turismo e da gastronomia em Manabí e faz parte da Rede Internacional de Laboratórios de Inovação Culinária.
Centro de Inovação Culinária. O projeto está localizado na zona rural e costeira de Manabí, San Vicente, a cerca de 4 quilômetros do centro urbano. O Ecossistema Iche é composto por quatro pilares que dão origem a um programa híbrido desenvolvido no térreo que combina uma escola, um restaurante, um laboratório de inovação culinária, uma incubadora de empresas gastronômicas e uma residência localizada no pavimento superior. Os espaços são configurados de modo a gerar dois recintos: um posterior e mais íntimo, onde se encontram os pomares de produtos locais, e um frontal mais público, que se abre para a paisagem e vistas do mar. O primeiro pilar é A Escola, cuja missão é gerar nos alunos uma conexão com as raízes mais profundas da identidade Manabí e sua capacidade de inovação. Ela se desenvolve em uma planta livre, aberta em três lados e utiliza mobiliários móveis que permitem diferentes configurações espaciais para as oficinas. O restaurante é um espaço de demonstração, onde os visitantes assistem a uma experiência gastronômica que conecta tradição e inovação, enquanto os alunos aplicam o que aprenderam na sala de aula, a partir do princípio de "aprender fazendo". O restaurante é um espaço aberto e contínuo que conecta a área do pomar com o espaço frontal, abrindo a vista para o mar e as montanhas. O terceiro pilar, O Laboratório de Inovação Culinária, é um espaço de inovação tecnológica na cozinha que trabalha para agregar valor aos produtos locais, catalisar o empreendedorismo gastronômico e a valorização do patrimônio agroalimentar.
O quarto pilar tem como foco o empreendedorismo. A Incubadora de Empreendimentos Gastronômicos apoia estudantes e empreendedores da área a se desenvolver mirando a sustentabilidade e a prosperidade compartilhada. O objetivo é apoiar ideias que procuram fazer dos alimentos um catalisador para a conservação de ecossistemas, revitalização econômica e melhorias na saúde dos indivíduos e da sociedade. A construção foi realizada com uma estrutura principal de aço, que tem uma modulação rigorosa que permite gerar um ritmo no desenvolvimento dos espaços cheios e vazios. Também optou-se por utilizar materiais locais, como tijolos de argila feitos à mão, a fim de reduzir o custo da obra e permitir a incorporação de mão-de-obra local. Para os fechamentos, foi incorporado o uso de madeira de teca extraída de fazendas próximas. O telhado de duas águas evoca as construções Manabí locais e tradicionais e permite que o projeto se proteja do sol com grandes beirais. Finalmente, a proposta também incorpora critérios bioclimáticos, como o uso de espaços abertos para permitir a ventilação cruzada, e materiais de baixo impacto ambiental. Além disso, há um biodigestor para recuperar a água cinza e usá-lo para irrigar as hortas e um espaço para compostagem, cujos compostos restultantes depois são utilizados na horta do restaurante.